quinta-feira, 3 de março de 2011

FORMAÇÃO PARENTALIDADE E RELAÇÃO ESCOLA FAMÍLIA

FORMADORA: Mestre Cátia Martins - UALG


Iniciada que foi a sessão, na Escola Secundária de Albufeira, a formadora distribuiu a cada formando este documento, e iniciou-se a reflexão individual sobre o mesmo.
Estive presente enquanto mãe e professora, e irei resumir, o melhor que puder, o que foi dito na acção. Não houve mais documentação, nem qualquer apresentação de Powerpoint.
Uma espécie de conversa entre pessoas que partilham as mesmas preocupações, anseios, alegrias e algumas mágoas.
A psicóloga educacional deu o mote, a partir das reflexões dos presentes, que surgiram espontâneas, com base no documento.
Não garanto, obviamente, o carácter científico do que aqui vou escrever, não é esta a minha formação, e escrevo sem "rede"; como referi, não houve documentação entregue aos formandos. Decisão da formadora, com objectivos que desconheço.
 Qualquer erro, agradeço que mo corrijam, pois só me baseio nos apontamentos alinhavados; claro que muitas palavras são minhas, daí o meu receio de haver erros científicos, ou que não correspondam exactamente ao que a formadora quis dizer.
A fim de tornar mais fácil a leitura, resumo a acção por tópicos:
  • Não podemos falar de linhas de fronteira entre o que é NORMAL e o PATOLÓGICO (descompensação);
  • A nossa posição - enquanto seres pensantes - oscila entre estes dois conceitos, e é assim que deve ser, para que haja EQUILÍBRIO;
  • Não há estados puros, nós oscilamos entre os dois estados - normal e patológico;
  • Temos colados a nós muitos papéis: filhos, mães, pais, profissionais, mulher...;
  • Não se pode falar só em EU, TU, NÓS, porquanto somos esse conjunto de papéis colados ao nosso corpo;
  • As correntes que defendem o EU - ALUNO - APRENDIZAGENS - não nos interessam;
  • O que interessa é o EU-TU-NÓS, mas interligados;
  • Para que haja uma boa relação ESCOLA-FAMÍLIA, há que "BALIZAR";
  • Para isso, temos o 1º "estruturador cognitivo": as "ROTINAS";
  • As rotinas indicam o que posso fazer e o que não posso fazer, levando a criança à "AUTO-REGULAÇÃO";
  • Ao contrário das pedagogias que nos levam à estratégia do reforço positivo, o que interessa é o "REFORÇO INTERMITENTE";
  • O excesso de limites também é perigoso, conduz a uma baixa auto-estima;
  • Interessa é a "MANUTENÇÃO DAS ROTINAS";
  • Há vários tipos de pais:
  • PAIS PERMISSIVOS;  
  • PAIS AUTO-PROTECTORES/SUPER-PROTECTORES: os filhos destes aparentam ter auto-estima e vão ter um perfil narcísico;
  • PAIS AUTORITÁRIOS - com demasiadas "balizas": levam a baixa auto-estima; podem recalcar e/ou tornar-se filhos violentos; podem levar a uma "psicopatia activa": sempre a reclamar, nunca estão bem com a vida; podem levar, pelo contrário, a comportamentos passivos, por exemplo, aquelas pessoas em quem não reparamos, são bons filhos, bons vizinhos e, quando se fala deles, é para dizer que tiveram determinados comportamentos psicóticos: violaram, mataram, etc;
  • A "CAPACIDADE DE RESILIÊNCIA", ser resiliente, permite que alguém seja um modelo de referência para outros;
  • Quem tem esta capacidade - de ser resiliente - ajuda pessoas que, não sendo/tendo modelos positivos, procuram nos outros essa capacidade; reconhecem em alguém capacidades positivas para serem ajudados/as;
  • A importância da "DECISÃO", capacidade de gerir e de decidir, leva ao desenvolvimento, ao crescimento, à melhoria;
  • PAIS NEGLIGENTES: mostram ausência de zelo, os filhos "que se desenrasquem", eles são capazes, eles conseguem sozinhos...; 
  • Esta falta de zelo traz consequências: estes filhos também andam na linha do risco, com perigo associado; são insatisfeitos, querem ser amados, por vezes, auto-mutilam-se, cortam-se para ajudar a gerir a dor psicológica ( podem ser seguidores de um estilo que vem do punk e do gótico, dos Emotions", sendo a auto-flagelação quase socialmente aceite );
  • PAIS DEMOCRÁTICOS: é o estilo de pais que se situam na arbitragem e na negociação, ou seja, na MEDIAÇÃO. Esta atitude de mediação é muito importante, mas só se a proporção for de 100% de cada lado. Este estilo de pais democráticos, mediadores, mostram aos filhos as barreiras, as balizas, explicam-nas e ouvem. A mediação promove o livre arbítrio - a decisão, a escolha, a responsabilidade. 
  • É preciso ser ACTIVO e INVESTIR; pensar e agir sobre a situação e as consequências associadas.
  • Na mediação há partilha, mas há que saber mediar as oposições.
  • As tomadas de posições, de ambas as partes, são uma consequência onde emoções, vivências, mágoas e alegrias se misturam.
  • Nas cedências, os interesses de cada um devem ser trabalhados, devemos centrar-nos no OUTRO para se chegar a um ENCONTRO.
  • Nos filhos, a questão da identidade é o processo chave na idade da adolescência; faz parte do desenvolvimento, mas é aqui que OS PAIS DEVEM SER CONSISTENTES.
  • A IDENTIDADE está a ser consolidada, faz falta uma FIGURA EDUCATIVA.
  • Então, como se resolve o processo IDENTIDADE versus CONFUSÃO DE IDENTIDADE?
  • Com a manta de retalhos, os tais muitos papéis que temos colados em nós, com a CONSOLIDAÇÃO DAS IDENTIDADES.
  • A FAMÍLIA é fundamental. Neste processo de confusão de identidade, havendo suporte e mediação, o RETORNO virá sempre mais tarde - o lado bom, a aproximação entre pais e filhos.
  • Não podemos esquecer que a DESCENTRAÇÃO é saudável, mas temos sempre de respeitar o espaço do OUTRO.
  • Na relação ESCOLA-FAMÍLIA, há que ir por experiências, de espírito aberto até se conseguir chegar.
  • Há que primeiro não ver crianças, mas sim POTENCIAIS nas crianças.
  • Há que ver também quais são as POTENCIALIDADES DA FAMÍLIA. Como trazê-la à escola?
  • Trazer um pai ou mãe à escola é mais do que chamá-los para uma reunião.
COMO COMEÇAR UMA REUNIÃO COM OS PAIS?

  1. Começar pelos aspectos POSITIVOS E GERAIS;
  2. Ir aos NEGATIVOS GERAIS;
  3. Chegar aos NEGATIVOS PESSOAIS;
  4. NUNCA partilhar estes últimos com os outros pais.
O OBJECTIVO É TRAZER OS PAIS À ESCOLA!
  • Há que PROMOVER A CONSCIÊNCIA de auto e hetero conhecimento do que vai acontecendo com os alunos.
  • VALORIZAR as pequenas coisas.
  • DESEJAR pequenas mudanças: mas o processo tem que existir, em PEQUENOS ESTÁDIOS.
Espero ter conseguido transmitir o que foi, grosso modo, dito e partilhado pelos presentes na acção de formação com a psicóloga Cátia Martins.
frapal.albufeira.formação@gmail.com



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